sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Livro: Paula de Isabel Allende


LIVRO: Paula.
AUTORA: Isabel Allende - chilena.
Gênero: Autobiográfico.
EDITORA: Bets Bolso.
PÁGINAS: 431.
Classificação: Um dos melhores livros que li esse ano! Apaixonante!


Eu escolhi esse livro depois de uma viagem que fiz ao Chile, e por ter ficado muito encantada com o povo e a cultura chilena, e dai comecei a ler mais sobre o país e seus autores, que entre eles está o conhecido poeta Pablo Neruda! Mas  cheguei a  PAULA por indicação de uma amiga chilena, e quando acabei de ler o livro não via a hora de escrever sobre ele aqui, para vocês. A característica mais marcante do livro é a exposição da autora, que intercala os capítulos entre a realidade da doença da filha, que definha dia a dia, com sua própria história de vida, cheia de momentos mágicos, engraçados, desastrosos, nus e crus. Tamanha coragem em abrir as janelas mais secretas da sua vida com tamanha simplicidade e verdade! Isabel Allende faz além, fala mais, fala dela, dos seus erros, dos seus defeitos, das suas pisadas de bola, como se fosse outra pessoa narrando a vida de alguém.
São mais de 400 páginas de puro amor, de um mergulho na vida de outra pessoa que vai envolvendo e viciando o leitor. A gente vai conhecendo Paula aos poucos e, a cada página, lamenta mais e mais por sua condição, mas mantém uma esperança, lá no fundo, de que ela consiga sobreviver. O livro é lindo. O livro toca fundo. O livro marca a vida de quem lê. Porque amor de mãe é assim, é maior que tudo, é mais forte que a vida e que a morte.
CHOREI VÁRIAS VEZES LENDO ESSE LIVRO ME EMOCIONANDO MUITO, como mãe...
Outro ponto forte do livro são as frases fortes e muito bem escritas de Isabel. Então, fica a dica: leia com uma caneta marca texto do lado.
Destaco uma que me tocou em especial:  
"Silêncio antes de nascer. Silêncio depois da morte. A vida é puro ruído no meio de silêncios insondáveis".
Aff tenho mania, rabisco meus livros todos!!!!!!!!!!!! Não sei ler sem marcar o que me chama a atenção!


Este livro já não é uma novidade, pelo contrário, a edição é de 1994.  "Paula" foi escrito durante 1 ano pela autora durante o tempo em que a filha permaneceu em coma em sequência de uma doença grave que a afetava. Durante as longas horas em que Isabel Allende esperava que a filha acordasse foi escrevendo a sua história de vida e a dos seus familiares mais próximos. Este livro é, ao mesmo tempo, o relato da dor de uma mãe pelo sofrimento da filha e um relato bibliográfico da vida intensa de Isabel Allende que se cruza com a história do seu país, o Chile. Não é um livro fácil porque sofremos com a autora, emocionamo-nos com o amor e dedicação do jovem marido de Paula e participamos da revolta inicial e depois da progressiva aceitação da situação em que Paula se encontra. Apesar de tudo vale a pena ler mas só se tivermos um coração forte. Acredito que haja quem não seja capaz de lê-lo até ao fim.

"Tento não cair em sentimentalismos, que tanto horror te provocam, filha, mas terás de desculpar-me se de repente me vou abaixo. Estarei a ficar louca? Não dou pelos dias, não me interessam as notícias do mundo, as horas arrastam-se penosamente numa espera eterna. O momento de te ver é muito breve, mas o tempo gasta-me aguardando-o"

" Eu pensei então que há séculos imemoriais que as mulheres perderam filhos, que é a dor mais antiga e inevitável da humanidade. Não sou a única, quase todas as mães passam por essa provação, quebram-se-lhes os corações, mas continuam a viver porque têm de proteger e amar aqueles que ficam."



Paula possuía uma doença genética chamada Porfiria. ( Confesso que EU NUNCA TINHA OUVIDO FALAR, fui pesquisar sobre!)
 Por uma mistura de fatalidade com erro médico, ela entrou em coma e não voltou ao normal depois de algumas semanas, como os médicos previram.  
A partir daí, a Isabel mãe, amante, profissional, mulher e feminista e dona de casa tornou-se só a Isabel mãe, lutando contra ela mesma e contra todas as evidências para fazer sua filha ter uma vida agradável enquanto permanecesse nesse estado estranho, em que o corpo está vivo, mas a mente e os sentidos já não pertencem mais a esse mundo. O sofrimento dela é tão bem expressado no livro que emociona por diversas vezes. Apesar de todos sabermos que o amor de mãe é o maior amor do mundo, o livro é, para mim, a melhor representação física desse amor.  
Recomendo esse livro a todos, mas acredito que, para mulheres que são ou querem ser mães e para pessoas que já sofreram muito com perdas de entes queridos, a obra será de especial auxílio e garantia certa de lembranças infinitas

Este foi o primeiro livro de Isabel Allende que li e realmente me surpreendi com o talento da autora. Que riqueza infindável conseguimos extrair de suas palavras e de seu modo mágico de ver a vida. Por ser uma história triste, acabamos nos sentindo companheiros e cúmplices da trajetória percorrida por Isabel na luta zelosa e esgotante que travou para cuidar de sua filha doente.
Este é um daqueles livros que me veio às mãos por acaso, indicado por uma amiga, e que me tocou a alma. Por isso decidi indicá-lo aqui.
Tudo nele é bonito, intenso e enriquecedor, sejam as narrações tratando da vida da autora, sejam as que demonstram as agruras que sua filha sofria enquanto sua vida se apagava lentamente.
 Não é apenas um livro, é uma história linda, profunda e comovente, correndo ora com a vida, ora com a morte, ora com a alegria, ora com a tristeza, ora com o amor, ora com a solidão.

Lindo.
Beijos.


Um comentário:

  1. Antes de mais nada, peço desculpas pelo tipo de comentário que nós blogueiras odiamos, mas vim aqui avisar que meu blog está ativo novamente e se quiser me dar a honra de sua visita agradeço, estou retornando aos poucos a blogsfera e adoraria ter sua amizade. Mais uma vez desculpo-me por este tipo de comentário.

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    ¸.•´¸.•*´¨) ¸.•*¨)
    (¸.•´ (¸.•` ** Um grande abraço!

    http://segundaeucomecooficial.blogspot.com

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