quarta-feira, 15 de maio de 2013

Crônica do dia: As nuvens dela...


Imagem: donnaboris

Coisas e pensamentos soltos no ar...
Tem dias que ainda que o sol brilhe forte lá fora, dentro dela havia um cinza de nuvens, um céu nublado, e o brilho daquele sol parecia-lhe uma afronta a seu estado de querer manter-se na penumbra cinzenta...  E como dizia Rubem Alves: “ Mas aquela neblina era triste. Eu me sentia deprimido. Depressão é uma neblina cinzenta que encobre tudo. Só a gente vê”.
Mas ela sabia que o que sentia não era assim tão forte, uma depressão... eram apenas nuvens cinzas que uma hora haveriam de passar junto com os ventos fortes de agosto...
Ela andava pensando nas coisas da vida, e em como tudo muda, e tudo são fases...
Tempos atrás costumava frequentar alguns ambientes e gostar de algumas coisas que hoje não interessava mais. O que teria acontecido?
Refletiu... e concluiu que NADA... era apenas o movimento natural da vida que transforma as coisas e pessoas, e que vai deixando lembranças do passado amareladas e apagadas, e que vai trazendo novos interesses, novos objetivos e as vezes nada.
Pensou que sua vontade atualmente era de quase nada... não haviam grandes sonhos, não haviam grandes desejos, entristeceu-se...
Repensou, e leu num texto qualquer uma frase que voltou-lhe a mente naquele momento: “ Você está FELIZ? Se NÃO. Então MUDE. Se SIM, então continue a fazer o que vem fazendo”...
E viu que era hora de mudar...
Pensou de novo, porque ter de fazer o que todo mundo faz? Porque ter de seguir o rumo que todo mundo segue... e de novo lembrou de Rubem Alves, que dizia: “ Comia tédio com gosto. Todo mundo come. É o NORMAL. E se todo mundo come deve ser bom. Deve ser o jeito certo de viver.”
Tolice...
Ela andava tão sem paciência para rótulos, regras, receitas prontas de felicidade enlata, dessas que se vendiam em livros de autoajuda e manuais de “vida pratica”... Ria sozinha de si mesma, por já ter sido vitima dessas coisas... E lembrava que “na pratica a teoria é outra” mesmo!!!
Depois de respirar fundo, olhar pela fresta da janela e perceber que o sol continuaria a brilhar, ainda que seu desejo fosse que a chuva viesse, ela encheu-se de coragem, e levantou-se lentamente, não quis olhar-se no espelho, sabia que estava com cara de poucos amigos naquele dia, foi pro banho.
Depois de longos minutos de água e pensamentos... a renovação veio junto, e ela partiu para a vida, afinal como dizia Guilherme Arantes em mais uma de suas lindas poesias: “ Amanhã será um lindo dia, da mais louca alegria, que se possa imaginar... amanhã mesmo que uns não queiram, será de outros que esperam, ver o dia raiar...”
E assim foi, suas nuvens dissiparam-se, e seu sol voltou a brilhar...
Será?



Um comentário:

  1. Menina, que texto!!! Se encaixa com todo mundo, sei que todos temos assim cinzentos e nublados. Mas, como diz na crônica, o sol insiste em brilhar... brilha tanto q entra pelas arestas, e só nos resta levantar! Que tenhamos mais sol, e menos dias chuvosos em nossos corações!

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