Esse livro foi um daqueles que prenderam minha atenção do início ao fim.
Eu gosto do estilo, apesar de ser uma ficção, mas fala de alguém real, do pai da psicanálise, Sigmund Freud, e sua família, a história é relatada por uma de suas irmãs, Adolfine, narra os fatos.
Sabe-se pouco na realidade sobre a vida de Freud, em seus primeiros anos e juventude, pois segundo relatos em sua biografia o próprio destruiu suas anotações pessoais.
Então o livro é intrigante, intenso, e como diz no The New York Times os Books, "se atreve a revelar uma biografia sombria de Freud".
Muito forte! Comovente, a história de irmã que viveu a vida à sombra de um gênio...
LIVRO: A IRMÃ DE FREUD
AUTOR: GOCE SMILEVSKI
EDITORA: BERTRAND BRASIL.
PÁGINAS: 334.
Muito bom !!!!!
É meu estilo, eu curto livros assim... como posso dizer, mais maduros, acho que por já ter passado da adolescência esse estilo me atraia mais a atenção do que os juvenis.
A história se passa numa Áustria ocupada pelo regime nazista, em 1938, a família de Sigmund Freud é judaica, e vive uma situação financeira delicada, ele tem quatro irmãs, Marie, Rosa, Pauline ( que é cega ) e Adolfine, a mais delicada, a mais ligada a ele por uma relação até simbiótica, é quem relata a história nas páginas do livro de uma forma quase VIVA, que nos faz viajar na leitura e não querer largar o livro.
Adolfine tem uma relação muito conflitante com a mãe, o que gera consequências devastadoras em sua vida, seu emocional.
" Na vida de um ser humano acontecem muitas dores, algumas somem, outras permanecem conosco até a morte..." Pag. 70.
" Minha mãe recomeçou a dizer as palavras que estavam cravadas nas minhas primeiras lembranças e que ela esquecera fazia muito tempo: _ Teria sido melhor se eu não tivesse parido você. ..." Pag.78.
Freud, por seu prestígio e influência, consegue vistos para sair da cidade para Londres, fugir da ameaça nazista, mas em sua LISTA haviam 16 nomes, esposa, cunhada, o médico pessoal, a assistente, a até seu cachorro, mas não lembrou-se das quatro irmãs...
O livro faz uma mistura de ficção com REALIDADE que o torna ainda mais interessante, intrigante e encantador. Os relatos de Adolfine que no início do livro parecem contar o fim de sua vida, nas páginas seguintes já fazem um retrocesso a Viena do século XIX para o XX...
Uma vida com marcas profundas, mágoas, descobertas... Em meio a amores, desilusões, amizades sinceras e laços eternos. Em meio a solidão, abandono e perdas irreparáveis Adolfine resolve morar em uma instituição que cuida de LOUCOS...
"Uma vez por mês, eu fazia o gesto de uma mendiga e esticava a mão para pedir ao meu irmão dinheiro para viver." Pag. 303.
" Todas as pessoas normais são normais da mesma maneira; mas cada louco é louco a seu modo." Pag.191.
" Só para nós quatro não havia lugar na lista do nosso irmão" Pag 27.
A Irmã de Freud tem de tudo um pouco, o que me encanta, do amor à traição, da loucura à racionalidade, dor e alegria, abandono e regresso, uma vida contada numa reflexão filosófica, pessoal, forte, real.
( parafraseando Carlos Eugênio Augusto).
AMEI.
Recomendadíssimo.
Até o próximo.... Sandra Falcão.
Obs.: Para saber mais sobre Sigmund Freud, clique>>>AQUI !
Bela indicação, amiga ! Grande beijo.
ResponderExcluirObrigada Ivana =)
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